O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) está atravessando um período conturbado em 2021. Além de enfrentar uma oposição furiosa ao presidente Jair Bolsonaro (por quem, até o momento, se mantém fiel) vinda de várias frentes, a legenda também viu seu presidente nacional, Roberto Jefferson, ser preso em agosto em decisão controversa de Alexandre de Moraes. A situação piorou na segunda, 22 de novembro, com mais um pedido de soltura negado por maioria de votos do Supremo Tribunal Federal.
No meio desse furacão, o partido tenta se reinventar na capacidade de lançar novos líderes, mas sem abrir mão das próprias convicções. Por isso, no mesmo dia em que descobriu que Jefferson continuará detido, o PTB lançou Nota Pública assinada pela presidente em exercício, Graciela Nienov, e divulgada à imprensa, apresentando 14 compromissos públicos nos quais “reafirma a sua disposição em remodelar a sua administração partidária para que possa, de forma moderna e responsável, atender às aspirações da sociedade brasileira”.
O que isso significa? Que o PTB está buscando uma nova estrada para trilhar. O partido realizará sua Convenção Nacional no próximo dia 30 e a diretoria executiva procura a composição de um novo Diretório Nacional, e de candidatos que façam a diferença nas eleições 2022. Alguns, quem sabe, concorrendo a cargos majoritários importantes, que prometem mexer com as previsões para 2022.
Entre os 14 compromissos estão temas de interesse público como reformas, defesa do trabalhador, combate à criminalidade e investimentos na educação, mas há um raciocínio crescente nos bastidores da sigla: só isso não basta. Apresentar promessas é importante, mas é preciso mostrar que o grupo é capaz de produzir líderes populares.
2021: o divisor de águas
A presidente em exercício, Graciela Nienov, afirmou em nota que o PTB, desde a sua fundação, exercitou a sua vocação de maior defensor da classe trabalhadora do País. “O PTB agradece o legado de seus líderes, homens e mulheres que há décadas contribuem para manter um dos maiores partidos políticos da democracia brasileira”.
As palavras soam bonitas, mas a petebista entende que o cenário político atual requer alianças certeiras para o próximo pleito, sem deixar de focar num quadro de candidatos com figuras fortes o suficiente para “fazerem barulho”. Bastante barulho.
As próximas semanas serão fundamentais para o PTB perceber que 2021 foi seu divisor de águas. E talvez aprender que em 2022 cada passo será decisivo. Basta uma pedra no meio do caminho para o partido tropeçar. E, se andar com bastante atenção, quem sabe ele não se torna o protagonista de um país carente de novas ideias.