O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) é 2° vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, uma das mais disputadas pelos parlamentares. Polêmico, controverso, Otoni foi eleito vereador pela cidade do Rio em 2016 e já em 2018 conquistou uma das cadeiras da Câmara com mais de 120 mil votos (em tempos de recordes de votos nulos, brancos e abstenções, um número bastante robusto). Agora, vira seu olhar para o Senado, sem esconder que tem chances de disputar a única vaga para senador do Estado do Rio em 2022. “Hoje nós temos um Senado de cócoras, um Senado que se apequena, por falta de homens com coragem ali dentro. O Brasil precisa aproveitar a renovação”. Otoni conversou com o Direita Nacional sobre a crise de saúde mental dos agentes de segurança, a urgência em aprovar a reforma administrativa e outros assuntos que você confere a seguir.
A audiência da Comissão de Segurança da Câmara desta semana ouviu representantes das forças de segurança que narraram os problemas psicológicos que policiais e guardas enfrentam no combate à violência. Como foi o debate?
Nós cumprimos hoje o nosso papel enquanto parlamento que é, por meio de audiência pública, chamar a atenção do brasileiro para o problema real que estamos vivendo, uma pandemia psicossomática. Essa será a maior de todas as pandemias daqui para frente, fruto de tudo que vivemos, da aceleração social e dessa catástrofe de saúde sanitária. Nós ouvimos representantes da polícia militar, polícia federal, corpo de Bombeiros, guarda municipal, tendo em mente a necessidade do Estado brasileiro olhar para o profissional da área da segurança pública com mais atenção. São estes homens e mulheres que portam armas em nome do Estado. Por isso, esse agente precisa ser cuidado. Não adianta novos equipamentos, aumento de salário, que são importantes, se nós não cuidarmos dos seres humanos.
Qual o próximo passo?
Nós vamos levar todo material que reunimos na audiência ao poder executivo com recomendações aos gestores para que eles possam enfrentar esse problema.
E esse projeto de lei que beneficia a compra de automóveis?
O PL 3998/20 de autoria do deputado Fábio Reis, com relatoria do Carlos Jordy, zera a alíquota de IPI dos carros para profissionais da área de segurança pública. Na verdade, esse projeto busca justiça social. Esses profissionais, muitas vezes portando arma, têm que andar de transporte público. Essa é mais uma oportunidade para a segurança do policial e da sociedade.
O senhor acha que faltam boas ideias para a segurança pública?
Não faltam projetos nesta Casa, falta celeridade para que as leis sejam aprovadas.
Falando em celeridade, a reforma administrativa será aprovada neste ano?
Sem dúvida alguma. Não tenho receio nenhum de que não aconteça. Ela vai sair. Talvez não a tributária, porque o presidente Arthur Lira entendeu que a administrativa é mais urgente. Precisamos enxugar a máquina pública e precisamos que a reforma aconteça.
O senhor vai disputar o Senado ano que vem?
Sou pré-candidato ao Senado Federal pelo Rio de Janeiro. Nosso Estado vive uma crise política e precisamos nos posicionar. Temos uma vaga só (em 2022). Quando alguém me questiona se eu teria coragem de disputar uma vaga só, eu digo que quem me colocou aqui foi Deus através do povo. E se o povo entender que eu devo ir para o Senado…
Mas qual a sua avaliação do Senado atual?
Hoje nós temos um Senado de cócoras, um Senado que se apequena, por falta de homens com coragem ali dentro. O Brasil precisa aproveitar a renovação de 1/3 do Senado.
A CPI da Covid…
É um circo. Virou um circo.