Everardo Gueiros é um dos advogados mais respeitados do país por sua capacidade administrativa e sua postura firme. Foi Secretário de Projetos Especiais do Distrito Federal, onde apresentou boas ideias como a Avenida das Cidades e o Adote uma Praça, que tinha o objetivo de revitalizar áreas públicas deterioradas por meio de parceria com empresas. No início de 2021, perto de completar um ano da pandemia de Covid-19, Gueiros escreveu um artigo em que criticou o uso excessivo do teletrabalho nas audiências entre juízes e advogados, o abuso de parte dos magistrados e a falta de postura da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) em defender os direitos da classe. Por esse e outros motivos, ele decidiu ser pré-candidato a presidência da entidade, onde vai lutar pelo reequilíbrio entre os poderes. O Direita Nacional conversou com Everardo Gueiros sobre este e outros assuntos.
O senhor fala sempre em recuperar o equilíbrio entre os poderes da República e fazer com que a OAB tenha mais relevância. Qual sua avaliação da situação atual?
A OAB, ao longo dos anos, pelas administrações que teve, está perdendo o seu papel de relevância social. A advocacia está completamente empobrecida. As prerrogativas profissionais não são respeitadas. O judiciário se agigantou em relação a própria advocacia e a Ordem precisa de um administrador que ponha a entidade de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Como é possível fazer isso?
Entre as nossas principais bandeiras e planos está defender intrasigentemente as prerrogativas dos advogados, cuidar do enfraquecimento da classe e sua desvalorização. Precisamos também das eleições diretas. Desde a Constituição de 1988 o país elege o presidente da nação de forma direta e na OAB a eleição é indireta.
Consertar essas disparidades é um dos seus compromissos caso sua candidatura seja confirmada?
Minha candidatura é uma candidatura de compromisso com a advocacia, com a defesa das prerrogativas dos advogados, com as oportunidades para a advocacia jovem. Sou pré-candidato com esse pensamento.
O que está faltando na OAB-DF?
Há um empobrecimento patente da nossa classe e a OAB fechou os olhos para isso, assim como fechou os olhos para as questões das prerrogativas. Falta apetite para o trabalho, coragem e atitude para defender os advogados naquilo que eles mais precisam.
Na sua opinião, o judiciário brasileiro está desiquilibrando a balança entre os poderes?
O judiciário está se agigantando sobre outros poderes, inclusive o legislativo. Isso acontece quando tribunais e juízes do país dão a interpretação que querem a respeito das leis. O juiz deveria pautar suas decisões pela lei e não pelo ativismo. É uma crise que cresce a cada ano. O judiciário está excedendo sua competência sobre um legislativo enfraquecido, que permite esse tipo de situação.