Fazia algum tempo que uma operação policial no Rio de Janeiro não chamava tanta atenção como a recente no Jacarezinho, na zona norte da cidade, considerada a mais letal do Estado ao provocar 28 mortes, sendo um agente da segurança pública e 27 suspeitos de tráfico de drogas. Entidades, representantes da sociedade civil e parte da imprensa levantaram a bandeira do excesso de força por parte da polícia civil. Por isso, a Câmara realizou em Brasília, na quarta (26), uma audiência solicitada pelo deputado Delegado Antônio Furtado (PSL-RJ) sob o argumento de que o “combate à criminalidade não pode ter trégua”, com o objetivo de mostrar que não houve exagero, mas sim um revide contra o ataque dos criminosos. “Quando a polícia entra na favela é com uma missão de investigar e cumprir mandados, mas ela é recebia com fuzil, metralhadora e granadas”, afirmou o deputado ao Direita Nacional. Ele crítica quem defende bandidos e a falta de investimentos na área da segurança pública do Rio, cuja violência é conhecida internacionalmente. Veja a seguir:
A gente viu um debate na audiência em que a maioria dos participantes defendeu a polícia. Qual a sua avaliação sobre essa discussão na Câmara?
A audiência foi fundamental para que se legitimasse a atuação da polícia civil na tão contestada operação no Jacarezinho. Infelizmente, alguns setores da sociedade entenderam que 27 marginais abatidos foi por uma atuação excessiva. O que provamos aqui é que a polícia agiu rigorosamente dentro da lei. Tanto que a primeira morte foi de um policial. As grandes vítimas do Jacarezinho são os moradores e a polícia foi lá para defender eles.
Então, na sua avaliação, a operação no Jacarezinho foi inevitável por causa da violência na região?
Foi uma operação policial necessária diante do quadro de violência que hoje reina no Rio de Janeiro. A polícia entra para cumprir uma missão, mas quando o policial é recebido por bandidos com granadas, fuzis e metralhadoras, os agentes tem que se defender.
Há um projeto de lei se sua autoria que converte o que foi apreendido em bens para a polícia, certo?
Sim, eu tenho vários PLs em benefício da polícia, mas um deles prevê que todas as armas ou eventuais riquezas que estejam em poder de criminosos sejam imediatamente desapropriados.
Qual a maior dificuldade da polícia do Rio?
Ela enfrenta problemas da falta de recursos e precisa de investimentos. O Estado está em recuperação fiscal desde 2016. Tivemos gestões públicas desastrosas. Precisamos valorizar a polícia também com estrutura para que possam trabalhar melhor.