O site Agência do Poder divulgou que a Procuradoria-Geral da República analisa a delação homologada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro, em que o advogado José Antônio Fichtner, um dos maiores especialistas em arbitragem no país, delata o próprio irmão, o ex-todo poderoso chefe da Casa Civil de Sérgio Cabral, Régis Fichtner, e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo a reportagem, José Antônio revela ter sido usado como laranja por Aécio na compra de um imóvel em Santa Catarina. No depoimento, ele disse que, após quatro anos com o apartamento em seu nome, o vendeu para a mãe do deputado e devolveu o montante em dinheiro vivo para a irmã de Aécio, Andrea Neves.
De acordo com o relato do advogado, o empresário Alexandre Accioly o procurou para que comprasse o imóvel para Aécio. Fichtner afirmou que recebeu o dinheiro para a aquisição por meio de honorários advocatícios superfaturados, vinculados a serviço que já prestava para o empresário.
O site Agência do Poder explica que na delação, o advogado confessa ter usado dinheiro vivo do irmão, Régis, para o pagamento, por fora, de uma fazenda em Wanderley (BA).
A transação foi declarada em R$ 4 milhões, mas houve um pagamento não informado às autoridades fiscais de R$ 400 mil, em espécie. Segundo José Antônio, seu irmão afirmou a ele que essa parte do dinheiro tinha como origem sobras de campanha eleitoral de Cabral.
Os dois ex-governadores, Aécio e Cabral, eram aliados na época em que estavam no poder.